É comum que esportistas praticantes de diversas atividades consumam suplementos alimentares visando aumento de performance, com resultados melhores e mais rápidos. Essas substâncias geralmente prometem ajudar a desenvolver massa muscular, retardar a fadiga, e entre outros benefícios, mas será esses produtos realmente fazem bem para a saúde?
Algumas pesquisas afirmam que a suplementação alimentar beneficia a pessoas que não tem uma dieta balanceada. Nestes casos, é recomendável suplementar os nutrientes que esteja em falta no organismo. Entretanto, o uso frequente, sem prescrição médica ou aconselhamento de um nutricionista, pode trazer problemas para a saúde, como quadros de hipervitaminose, ou até mesmo contaminação cruzada, a depender da origem dos produtos.
Suplementos alimentares são definidos pela legislação nacional (RDC 243/18) como “produtos destinados para ingestão oral, apresentado em formas farmacêuticas, destinados a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados”. Embora o regulamento nacional de suplementos (IN 28/18) permite a alegação de efeitos benéficos à saúde, é necessário salientar que muitas das afirmações de efeitos fisiológicos associados a suplementos ainda carecem de confirmação por parte da comunidade científica.
Os preparados proteicos correspondem a uma fração importante de consumo no mercado de suplementos alimentares utilizados, e os mais famosos representantes são os oriundos soro de leite, os chamados de whey proteins. Os principais efeitos dessas substâncias, quando associados a uma rotina de exercícios específica e dieta controlada, promovem o aumento da síntese proteica nos músculos ao fornecer aminoácidos para o corpo e a diminuição na quantidade de gordura no corpo.
Um fato importante comprovado por pesquisas é que a suplementação proteica nem sempre promove benefícios diretos, nem mesmo para atletas com treinos intensos. O consumo médio de proteínas acima de 1,8 g/kg/dia não gera efeitos no ganho de massa muscular e nem beneficia o desempenho1
Pesquisadores também alertam para os perigos do excesso de proteínas. Pode-se aumentar a produção de ureia, gerar cólicas abdominais e diarreias. Além disso, existe risco de surgimento de problemas hepáticos e renais.
Certos aminoácidos utilizados como suplementação, em particular a glutamina, não têm sua eficácia documentada. Muitas pesquisas precisam ainda ser realizadas para revelar os efeitos colaterais e os reais benefícios. Vale destacar ainda que muitos suplementos alimentares apresentam esteroides em sua composição sem indicação no rótulo. Portanto, o uso dessas substâncias por atletas pode ser considerado dopping.
Em suma, ainda se faz necessário comprovar através de metodologias cientificamente adequadas os reais benefícios associados aos suplementos alimentares disponíveis no mercado. Para todos os efeitos, a orientação de profissionais devidamente qualificados, associada a uma dieta devidamente balanceada, pode muitas vezes suprir a todas as demandas nutricionais do organismo.
[1] Consumo de proteína por praticantes de musculação que objetivam hipertrofia muscular
RJR. Desenvolvimento
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